Os Emmys são esta noite, ou madrugada, para ser mais exato,
e eu gostaria de partilhar algumas das minhas opiniões sobre essas tão
celebradas honras da televisão americana. Aqui apresento as minhas escolhas, ou
desejos, dos vencedores, tendo como opções os nomeados que esta noite poderão
acabar com um troféu nas mãos. Também acrescento um nome que os Emmys
sacrilegamente ignoraram, segundo a minha opinião é claro. Há a acrescentar que
não escreverei sobre todas categorias, tanto porque não disponho da paciência
para tal e porque não vejo suficiente televisão para poder ter uma opinião
sobre todas as imensamente numerosas categorias dos Emmys.
MELHOR SÉRIE – DRAMA
Minha escolha: Mad Men – Temporada 7. Parte 2
Sei que a série já
foi suficientemente honrada com quatro consecutivos troféus pelas primeiras
quatro temporadas, mas é-me impossível negar o triunfo destes últimos
capítulos. Tendo em conta que nutri pouco afeto pela sexta temporada, o sucesso
e surpreendente conclusão desta última temporada foi particularmente fenomenal
de experienciar. Os momentos que fecham a série são de absoluta perfeição e
apenas com isso, a série já mereceria esta honra.
Restantes
nomeados:
- Better Call Saul – Temporada 1
- Downton Abbey – Série 5
- Game of Thrones – Temporada 5
- Homeland – Temporada 4
- House of Cards – Temporada 3
- Orange is the New Black – Temporada 2
Quem os Emmys esqueceram: The Knick
MELHOR SÉRIE – COMÉDIA
Minha escolha: Transparent – Temporada 1
A série de Jill Soloway
é como um filme independente americano tornado em série televisiva, tendo toda
a banalidade corrosiva e a falta de originalidade, que infetam a maior parte
desses filmes, sido apagada e substituída por uma intimidade serena e
magistralmente melancólica. Um retrato familiar com uma complexidade
surpreendente e uma frieza mesclada com um impacto emocional inegável.
Restantes nomeados:
- Louie – Temporada 5
- Modern Family – Temporada 6
- Parks and Recreation – Temporada 7
- Silicon Valley – Temporada 2
- Unbreakable Kimmy Schmidt – Temporada 1
- Veep – Temporada 4
Quem os Emmys esqueceram: Jane the Virgin
MELHOR MINI-SÉRIE
Minha escolha: Wolf Hall
Um enredo histórico
que já foi tratado inúmeras vezes em variadas adaptações, mas poucas vezes com
tanta frieza e sagacidade para as políticas da época. Constrói um ambiente de
asfixiante manipulação e intriga a partir de uma recriação histórica que nunca
cai na superficialidade vazia que caracteriza tantos trabalhos semelhantes.
Severo e austero onde o melodrama seria espectável e ritmicamente vagaroso sem
perder um crescente e violento fatalismo que progride ao longo da série até ao
final cortante.
Restantes
nomeados:
- American Crime
- American Horror Story: Freak Show
- The Honourable Woman
- Olive Kitteridge
Quem os
Emmys esqueceram: The Book of Negroes
MELHOR REALIZAÇÃO – DRAMA
Minha
escolha: Steven Soderbergh por The Knick, episódio: Method and Madness
A
experimentação de género de Soderbergh aplicado a um drama médico. Um costume drama histórico subvertido
por escolhas dissonantes e brilhantemente idiossincráticas, tanto a níveis de
violência visceral como em termos de enquadramento e mistura sonora. Merece o
prémio nem que seja só pela genial abertura do episódio e da série com o choque
de música eletrónica, realismo grotesco, recriação meticulosa de época e
estilização precisa e firmemente aplicada.
Restantes
nomeados:
- Lesli Linka Glatter por Homeland, episódio: From A to B and Back Again
- David Nutter por Game of Thrones, episódio: Mother’s Mercy
- Tim Van Patten por Boardwalk Empire, episódio: Eldorado
- Jeremy Podeswa por Game of Thrones, episódio: Unbowed, Unbent, Unbroken
Quem os Emmys esqueceram: Matthew Weiner por Mad
Men, episódio: Person to Person
MELHOR REALIZAÇÃO – COMÉDIA
Minha escolha: Jill Soloway por Transparent, episódio: Best New Girl
Um episódio de
magnífica intimidade, o modo como Soloway filma os seus atores é magistral
encontrando o âmago do episódio e da série na reticência silenciosa das suas
pausas e não nos seus diálogos ou ações exteriores. O modo como estabelece uma
relação de desejos nunca expressos e julgamentos nunca falados é sublime, tanto
na melancólica trajetória de Maura como na imaturidade impetuosa de Ali. O
desejo pelo eu cristalizado numa pausa, num olhar, no prolongar de um momento
de desconforto.
Restantes nomeados:
- Louis C.K. por Louie, episódio: Sleepover
- Armando Iannucci por Veep, episódio: Testimony
- Mike Judge por Silicon Valley, episódio: Sand Hill Shuffle
- Phil Lord e Christopher Miller por The Last Man on Earth, episódio: Alive in Tucson (Pilot)
Quem os Emmys esqueceram: Andrew Haigh por Looking,
episódio: Looking for Home
MELHOR REALIZAÇÃO – MINI-SÉRIE OU FILME TELEVISIVO
Minha escolha: Lisa Cholodenko por Olive Kitteridge
Uma distanciação ao
mesmo tempo íntima e alienante. Um abrasivo retrato de uma protagonista e dose
seres humanos à sua volta. À medida que avança a série, a realização vai-se
tornando mais próxima, mais floreada e estilisticamente próxima de uma delicada
perspetiva próxima do seu sujeito.
Restantes
nomeados:
- Hugo Blick por The Honourable Woman
- Uli Edel por Houdini
- Peter Kosminsky por Wolf Hall
- Ryan Murphy por American Horror Story: Freak Show, episódio: Monsters Among Us
- Dee Rees por Bessie
- Tom Shankland por The Missing
Quem os
Emmys esqueceram: Howard Deutch por American Horror Story: Freak Show,
episódio: Edward Mordrake, Part 2
MELHOR ATRIZ – DRAMA
Minha escolha: Elisabeth Moss em Mad Men, episódio: Person to Person
Depois de sete (ou
oito) temporadas de exímio e preciso trabalho, Moss merece um troféu por este
seu trabalho. Penso que deveria tê-lo ganho pela quarta temporada, mas aqui o
seu trabalho é igualmente louvável, pegando num final que poderia ter sido
problemático e injetando-o com uma dose de complexidade e verismo emocional que
fazem qualquer aspeto mais superficialmente forçado ou convoluto do texto acabe
por funcionar. A cena da chamada telefónica com Stan apenas funciona pelo seu
trabalho, que é tão preciso quão avassaladoramente tocante.
Restantes
nomeadas:
- Claire Danes em Homeland, episódio: From A to B and Back Again
- Viola Davis em How to Get Away with Murder, episódio: Freakin' Whack-a-Mole
- Taraji P. Henson em Empire, episódio: Pilot
- Tatiana Maslany em Orphan Black, episódio: Certain Agony of the Battlefield
- Robin Wright em House of Cards, episódio: Chapter 32
Quem os Emmys esqueceram: Eva Green em Penny Dreadful
MELHOR ATRIZ – COMÉDIA
Minha escolha: Lisa Kudrow em The Comeback, episódio: Valerie is Taken Seriously
Uma criação tão
absurda e ridícula como cortante na sua introspeção abrasiva. O cliché da atriz
melodramática e egocêntrica levada a um nível de caricatura que não deixa de
ser estranhamente cortante e assustadoramente verosímil. Cada movimento, cada
reação têm em si uma carga de desconforto palpável, um sorriso que não podia
ser mais artificial e um nervosismo desesperado que parece estar constantemente
a ameaçar uma explosão de caótica emoção. E é hilariante, além de tudo o mais.
Restantes nomeadas:
- Edie Falco em Nurse Jackie, episódio: I Say a Little Prayer or You
- Julia Louis-Dreyfus em Veep, episódio: Election Night
- Amy Phoeler em Parks and Recreation, episódio: One Last Ride
- Amy Schumer em Inside Amy Schumer, episódio: Cool With It
- Lily Tomlin em Grace and Frankie, episódio: The Vows
Quem os Emmys esqueceram: Laurie Metcalf em Getting
On
MELHOR ATRIZ – MINI-SÉRIE OU FILME TELEVISIVO
Minha escolha: Frances McDormand em Olive Kitteridge
Em Olive, McDormand
encontra um perfeito veículo para os seus talentos dramáticos. Despida do humor
que caracteriza muitos dos seus melhores trabalhos, a atriz cria em Olive uma
protagonista imensamente abrasiva e quase alienante na sua frieza e
inexpressão. O passar dos anos é visceral na sua interpretação, e a corrente de
orgulho e determinação inabalável fazem de Olive uma escultura humana, marmórea
e firme com o peso de uma vida a progressivamente abrirem rachas por entre a
sua inicialmente impassível fachada.
Restantes
nomeadas:
- Jessica Lange em American Horror Story: Freak Show
- Felicity Huffman em American Crime
- Queen Latifah em Bessie
- Maggie Gyllenhaal em The Honourable Woman
- Emma Thompson em Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street - In Concert with the New York Philharmonic
Quem os Emmys esqueceram: Aunjanue Ellis em The
Book of Negroes
MELHOR ATOR – DRAMA
Minha escolha: Jon Hamm em Mad Men, episódio: Person to Person
Parece ridículo que,
ao fim de todos estes anos, Jon Hamm ainda não tenha um Emmy por ter criado uma
das mais icónicas e inescapáveis figuras da televisão americana da
contemporaneidade. Se não bastasse o peso do seu legado, Hamm é incrível no
final da série, destruindo e corroendo o resto da imagem inalcançável de Don
Draper, estilhaçando-se num turbilhão de desespero e angústia, e no final, com
uma expressão, um sorriso sorrateiro, toda a trajetória emocional existencial
sucumbe ao sucesso capitalista do sonho americano sob a forma de um anúncio da
Coca-Cola.
Restantes nomeados:
- Kyle Chandler em Bloodline, episódio: Episode 12
- Jeff Daniels em The Newsroom, episódio: What Kind of Day Has It Been?
- Bob Odenkirk em Better Call Saul, episódio: Pimento
- Liev Schreiber em Ray Donovan, episódio: Walk This Way
- Kevin Spacey em House of Cards, episódio: Chapter 32
Quem os Emmys esqueceram: Peter Capaldi em Doctor
Who
MELHOR ATOR – MINI-SÉRIE OU FILME TELEVISIVO
Minha escolha: Mark Rylance em Wolf Hall
Sempre adoro ver
Rylance em filmes ou séries, com a sua voz tremendamente característica e uma reticência
formidável neste papel, Rylance é a base que faz toda a construção de Wolf Hall
funcionar, tanto como uma narrativa como na sua atmosfera fatalista e de
intriga constante. Se calhar não estou a ser particularmente sério ou objetivo
com esta escolha, mas, a verdade é que acho que Rylance seria a minha escolha
mesmo que se tudo o que fizesse fosse ler uma lista telefónica para uma câmara.
Restantes nomeados:
- Adrien Brody em Houdini
- Ricky Gervais em Derek
- Timothy Hutton em American Crime
- Richard Jenkins em Olive Kitteridge
- David Oyelowo em Nightingale
Quem os
Emmys esqueceram: Bill Nighty em Worricker: Salting the Battlefield
MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA – DRAMA
Minha escolha: Christina Hendricks em Mad Men, episódio: Lost Horizon
Tenho medo de me
estar a tornar repetitivo com todas estas escolhas de Mad Men, mas a última
temporada foi realmente excelente, e é absolutamente ridículo que Hendricks
nunca tenha ganho pelo seu trabalho na série. Aqui a sua prestação não é tão estonteante
como noutras temporadas passadas (5 e 3), mas é, certamente exímia e precisa,
encontrando um orgulho gélido e uma determinação implacável na confrontação que
marca o clímax do episódio.
Restantes
nomeadas:
- Uzo Aduba em Orange is the New Black, episódio: Hugs Can Be Deceiving
- Christine Baranski em The Good WIfe, episódio: Loser Edit
- Emilia Clarke em Game of Thrones, episódio: The Dance of Dragons
- Joanne Froggatt em Downton Abbey, episódio: Episode 5.08
- Lena Heady em Game of Thrones, episódio: Mother’s Mercy
Quem os Emmys esqueceram: Lorraine Toussant em Orange
is the New Black
MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA – COMÉDIA
Minha escolha: Niecy Nash em Getting On, episódio: 7th Annual Christmas Card Competition
A nomeação de Nash
foi uma enorme surpresa, mas uma merecida honra para a atriz e para a série em
que se encontra. Nash consegue encontrar, pelo meio da comédia negra e seca,
uma base de integridade e moralidade que nunca se torna abrasiva ou agressiva.
Uma serena presença que balança o tom da série e que, em momentos de silêncio e
reações precisamente calibradas, consegue obter dos momentos mais tocantes e
arrebatadores de Getting On.
Restantes
nomeadas:
- Mayim Bialik em The Big Bang Theory, episódio: The Prom Equivalency
- Julie Bowen em Modern Family, episódio: Valentine's Day 4: Twisted Sister
- Anna Chlumsky em Veep, episódio: Convention
- Gabby Hoffman em Transparent, episódio: Rollin’
- Allison Janney em Mom, episódio: Dropped Soap and a Big Guy on a Throne
- Jane Krakowski em Unbreakable Kimmy Schmidt, episódio: Kimmy Gets a Job
- Kate McKinnon em Saturday Night Live, episódio: Host: Taraji P. Henson
Quem os Emmys esqueceram: Lauren Weedman em Looking
MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA – MINI-SÉRIE OU FILME TELEVISIVO
Minha escolha: Regina King em American Crime, episódio:
Episode Four
Penso que American
Crime é uma série imensamente problemática que, muitas vezes, reduz os
seus ambiciosos temas a simplicismos desinspirados. King contraria a
simplificação usual do texto, encontrando uma figura integra e impassível na sua
segura moralidade. Os confrontos da sua personagem com o irmão são dos pontos
altos da série, conjugando e confrontando uma humanidade e familiaridade que
parecem, por momentos, impossíveis de mesclar com a integridade idealista que
parece mover todas as ações e decisões no retrato de King.
Restantes nomeadas:
- Mo’Nique em Bessie
- Angela Basset em American Horror Story: Freak Show, episódio: Show Stoppers
- Kathy Bates em American Horror Story: Freak Show, episódio: Edward Mordrake, Part 1
- Sarah Paulson em American Horror Story: Freak Show, episódio: Tupperware Party Massacre
- Zoe Kazan em Olive Kitteridge, episódio: Pharmacy
Quem os Emmys esqueceram: Janet McTeer em The
Honourable Woman
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO – DRAMA
Minha escolha: Michael Kelly em House of Cards, episódio:
Chapter 27
Francamente, nenhum
dos nomeados dos Emmys nesta categoria me deixa muito impressionado, sendo que
a minha escolha seria Michael Kelly exclusivamente devido à sua seleção de
episódio e não devido ao seu trabalho em toda a temporada. Em Chapter 27 Kelly tem um episódio,
basicamente, dedicado apenas a si mesmo, tendo oportunidade de mostrar uma
fisicalidade brutal e grotesca ao longo do capítulo, assim como transparecendo
de uma determinação quase doentia sem nunca exagerar na sua abordagem.
Restantes nomeados:
- Jonathan Banks em Better Call Saul, episódio: Five-0
- Jim Carter em Downton Abbey, episódio: Episode 5.09
- Alan Cumming em The Good Wife, episódio: Undisclosed Recipients
- Peter Dinklage em Game of Thrones, episódio: Hardhome
- Ben Mendelsohn em Bloodline, episódio: Episode 12
Quem os Emmys esqueceram: Matt Czuchry em The
Good Wife
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO – COMÉDIA
Minha escolha: Tituss Burgess em Unbreakable Kimmy Schmidt,
episódio: Kimmy Goes to School
A revelação cómica do
ano, um estereótipo fácil tornado no mais interessante elemento desta nova
série. O episódio que escolheu tem um dos mais inegavelmente hilariantes
momentos da passada temporada televisiva americana. Peeno Noir! Como é possível não adorar Burgess depois do seu
absurdo e formidável número musical.
Restantes
nomeados:
- Andre Braugher em Brooklyn Nine-Nine, episódio: The Mole
- Ty Burrell em Modern Family, episódio: Crying Out Loud
- Adam Driver em Girls, episódio: Close-Up
- Tony Hale em Veep, episódio: East Wing
- Keegan-Michael Key em Key & Peele, episódio: Sex Detective
Quem os Emmys esqueceram: Jeremy Allen White em Shameless
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO – MINI-SÉRIE OU FILME TELEVISIVO
Minha escolha: Damian Lewis em Wolf Hall, episódio: Crows
Lewis é uma
impressionante e majestosa presença como Henrique VIII. Há uma inocência e
ingenuidade consequentes de um privilégio e superioridade insulares que fazem
do seu Henrique algo semelhante a uma criança petulante com a presença inegável
de um monarca poderoso. Quando esse lado mais infantil começa cair em grotesco
e perversidade do seu poder, Lewis encontra algo de assustadoramente errático
no comportamento do monarca, nunca deixando as suas oscilações de humor ou
racionalidade parecerem mais que uma folia passageira e comum na existência
dessa monumental figura da história inglesa, que, nas mãos do ator, nunca é a
distante figura mítica que seria nas mãos de outro.
Restantes nomeados:
- Richard Cabral em American Crime, episódio: Episode Eleven
- Bill Murray em Olive Kitteridge, episódio: Security
- Denis O’Hare em American Horror Story: Freak Show, episódio: Pink Cupcakes
- Michael Kenneth Williams em Bessie
- Finn Witrock em American Horror Story: Freak Show, episódio: Bullseye
Quem os Emmys esqueceram: John Gallagher Jr. em Olive
Kitteridge
MELHOR ARGUMENTO – DRAMA
Minha escolha: Matthew Weiner por Mad Men, episódio: Person to Person
Agora sim, estou a
ser inegavelmente repetitivo. Em minha defesa, o final de Mad Men foi, pelo menos
para mim, algo simultaneamente surpreendente e diferente das expectativas
gerais dos fãs, como foi um final imensamente apto e, francamente, perfeito
para a série. Com conclusões surpreendentes onde esperava indefinição, e
ambiguidade sofisticada onde eu esperava finalidade deprimente. Em especial gostaria
de mencionar as cenas que mostram a família Draper, sendo que o final vislumbre
de Betty e Sally foi dos mais cortantes e avassaladores em toda a história da
série. Viva Matthew Weiner! Viva Mad Men!
Restantes nomeados:
- David Benioff e D.B. Weiss por Game of Thrones, episódio: Mother’s Mercy
- Joshua Brand por The Americans, episódio: Do Mail Robots Dream Of Electric Sheep?
- Semi Chellas e Matthew Weiner por Mad Men, episódio: Lost Horizon
- Gordon Smith por Better Call Saul, episódio: Five-0
Quem os Emmys esqueceram: Michelle King e Robert King por The
Good Wife, episódio: Oppo
Research
MELHOR ARGUMENTO – COMÉDIA
Minha escolha: Simon Blackwell, Armando Iannucci e Tony
Roche por Veep episódio: Election
Night
A maravilhosa sátira
política que marcou o trabalho de Iannuci em The Thick of It, aqui
transmutado num comentário sobre a política americana. Este foi, para mim, o
melhor episódio da temporada que, por vezes foi caindo em desinteresse e tédio,
alcançando o ridículo e acidez que tanto caracterizam os melhores momentos de Veep.
A cena em que Serena se apercebe que o seu candidato a vice-presidente poderá
acabar com a presidência é das mais hilariantes passagens de toda a série.
Restantes nomeados:
- Alec Berg por Silicon Valley, episódio: Two Days of Candor
- Louis C.K. por Louie, episódio: Bobby’s House
- David Crane e Jeffrey Klarik por Episodes, episódio: Episode 4.09
- Will Forte por The Last Man on Earth, episódio: Alive in Tucson (Pilot)
- Jill Soloway por Transparent, episódio: Pilot
Quem os Emmys esqueceram: Emma Fletcher e Rachna Fruchbom por
Parks
and Recreation, episódio: Pie-Mary
MELHOR ARGUMENTO – MINI-SÉRIE OU FILME TELEVISIVO
Minha escolha: Peter Straughan por Wolf Hall
Uma magistral intriga
política que, apesar do filtro distanciador da História, consegue ter um poder
imediato que lembra as melhores séries sobre política contemporânea. O facto de
ser uma adaptação literária é inescapável, mas há um dinamismo dramático e
quase cinemático que fazem tal origem algo imensamente esquecível. A história
como jogo de poder sob um olhar de um dos jogadores mais implacáveis, mas
injetado com uma moralidade subjacente que modula até os mais negros momentos
da série.
Restantes nomeados:
- Jane Anderson por Olive Kitteridge
- Hugo Blick por The Honourable Woman
- Christopher Cleveland, Horton Foote, Bettina Gilois e Dee Rees por Bessie
- Lee Eisenberg, Stephen Merchant e Gene Stupnitsky por Hello Ladies: The Movie
- John Ridley por American Crime
Quem os Emmys esqueceram: Lawrence Hill e Clement Virgo por The
Book of Negroes
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