quinta-feira, 19 de novembro de 2015

LEFFEST'15, Post Mortem


 Apesar da inatividade deste blog nas últimas semanas, consegui ir escrevendo a cobertura do LEFFEST'15, apenas não o fiz totalmente neste site. Se desejarem ler as minhas opiniões sobre grande parte dos títulos a serem exibidos na edição deste ano do Lisbon & Estoril Film Festival, deixo-vos aqui links para alguns dos meus artigos na Magazine HD, assim como para o que já aqui tinha publicado. No total, vi 26 filmes, sendo que ainda não escrevi sobre alguns deles, nomeadamente aqueles que vi como parte das Homenagens e Retrospetivas, mas talvez ainda o consiga fazer este mês.



11 Minut de Jerzy Skolimowski
"11 Minut, é um impressionante feito técnico, mas, tirando os seus sons e visuais, tem pouco para oferecer que não seja um risível e forçado dramatismo."


45 Years de Andrew Haigh
" (...)É especialmente nesses silêncios e subtilezas que existe o génio e humanidade dolorosa de 45 Years, que, nos seus derradeiros momentos, nos oferece um dos finais mais emocionalmente esmagadores no cinema de 2015."


La Academia de las Musas de José Luís Guerín
"La Academia de las Musas é uma interessante experiência que se desenvolve entre o documentário e a realidade ficcionada com uma abordagem modesta e uma verbosidade complexa e decididamente académica."


Amnesia de Barbet Schroeder
"Amnésia, com toda a sua descarada simbologia e simplismos psicológicos, está longe de ser uma obra perfeita, mas, para fãs do fascinante percurso cinematográfico de Schroeder, a obra é essencial."



Anomalisa de Charlie Kaufman e Duke Johnson
"(...)apesar dos seus numerosos defeitos e problemas, Anomalisa é uma das obras essenciais de 2015."


El Apóstata de Federico Veiroj
"El Apóstata, de Federico Veiroj, aborda os seus complicados temas com leveza e ironia, tentando encontrar absurdismo na sua narrativa ao estilo de Luis Buñuel."


The Childhood of a Leader de Brady Corbet
"The Childhood of a Leader (...) é uma agressiva experiência cinemática e prova que o realizador estreante, Brady Corbet, não tem medo de alienar a sua audiência, ou mesmo de a atacar com a violência sensorial que consegue aqui construir."


Every Thing Will Be Fine de Wim Wenders
"No seu regresso ao cinema de ficção, Wim Wenders cria um inerte e entediante drama. Tudo Vai Ficar Bem brilha pelos seus coloridos visuais em 3D e pela sua delicada musicalidade, mas, para além dessa bela superfície, apenas existe um sufocante vazio."


Francofonia de Aleksandr Sokurov
"A apaixonante veneração que a câmara de Sokurov faz do Louvre encontra algo de sublime nos mais simples detalhes, como a glória total da humanidade e da cultura europeia no olhar de um retrato."


"Apesar de uma refrescante e impetuosa modernidade mesclada com o ambiente de época, Diário de uma Criada de Quarto de Benoît Jacquot parece perder a sua energia à medida que avança."


Kaili Blues de Gan Bi
"Kaili Blues, o primeiro filme do realizador chinês Gan Bi, é uma hipnotizante exploração do tempo na linguagem cinematográfica."


Mia Madre de Nanni Moretti
"(...)quando Mia Madre funciona, nomeadamente nos seus momentos de maior sinceridade emocional, há algo de tocante na sua humanidade latente."


Much Loved de Nabil Ayouch
"Muito Amadas é um necessário retrato de uma parte da sociedade normalmente ignorada, assim como uma forte crítica social que vibra com um refrescante humanismo."


Peace to Us in Our Dreams de Sharunas Bartas
"Para quem não se deixar convencer pelas ideias verbalizadas por Bartas e seu elenco, o autor preenche o seu filme com delicados visuais, encontrando momentos de beleza pitoresca nas suas paisagens campestres e nas faces humanas(...)"


Room de Lenny Abrahamson
"As miraculosas interpretações de Brie Larson e Jacob Tremblay fazem de Room um dos filmes mais comoventes de 2015(...)"


Te Prometo Anarquía de Julio Hernández Cordón
"Apesar do seu título, Te Prometo Anarquía de Julio Hernández Cordón é mais tragédia romântica que ativismo político, pulsando com a irreverente imaturidade dos seus jovens amantes."


Trois souvenirs de ma jeunesse de Arnaud Desplechin
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"Trois souvenirs de ma jeunesse, a mais recente obra de Arnaud Desplechin, é uma nostálgica e luminosa memória de uma juventude passada."


 Esta edição do festival foi marcada por alguns dos melhores filmes do ano, como podem verificar em alguns destes artigos, mas, há que admitir, que em relação a edições anteriores a seleção deixou muito a desejar. Onde estavam os vencedores de Veneza e Cannes, por exemplo? Para além disso, a secção de competição sofreu uma marcada redução no número de filmes em relação ao ano passado.

 Como é usual da minha parte, não concordo, de todo, com os vencedores escolhidos pelo júri oficial. Vi 10 dos 13 filmes em competição, e 11 Minut, que arrecadou a honra máxima do festival, foi, sem qualquer dúvida, a mais medíocre de todas as obras que tive o privilégio de ver. Já o ano passado aqui expressei algumas das minhas reticências em relação a Amor Fou de Jessica Hausner, o vencedor da anterior edição, mas pelo menos nesse caso conseguia compreender a escolha, este ano tal compreensão é-me impossível de alcançar.

 Com tudo isto dito, tenho, mesmo assim, de salientar que, por muitos problemas que tenha o festival, o LEFFEST continua a ser dos eventos mais essenciais para os cinéfilos portugueses, sendo que na sua competição, em particular, se encontram anualmente vários filmes que talvez nunca alcancem distribuição pelo que o festival permite ao público o visionamento de variadas obras que nunca seriam vistas se não fossem os esforços desta organização. Para além do mais, todos os anos parece que consigo encontrar alguma joia luminosa no meio da competição e, este ano, esse filme foi Kaili Blues, uma das mias singulares visões cinematográficas de 2015.

 Aqui deixo os meus desejos para que em 2016 o festival seja ainda melhor que este ano, e que continue a possibilitar o visionamento de algumas obras mais brilhantemente obscuras neste circuito de festivais de cinema internacionais.

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